Neste trabalho argumentamos pela adoção de representações estruturais ancoradas em isomorfismo como uma alternativa a representações ancoradas em correlações causais. Mostramos que essa concepção pode satisfazer requerimentos como o desafio da descrição da função (job description challenge) the William Ramsey ao mesmo tempo em que evita o chamado “problema difícil do conteúdo”, tudo isso sem deixar de ser compatível com os preceitos mais caros à cognição 4E. Argumentamos também que a decisão sobre se uma dada capacidade cognitiva ou performance envolve o uso de representações é uma questão empírica, que deve ser tratada caso a caso. Segue-se disso que evemos evitar afirmar que representações são necessárias/irrelevantes por princípio.

Resumo

Abordagens pós-cognitivistas mais recentes têm lançado duras críticas à noção de representação mental, procurando ao invés disso pensar a mente e a cognição em termos de ações corporificadas do organismo em seu meio. Embora concordemos com essa concepção, não está claro que ela implique necessariamente a rejeição de qualquer tipo de vocabulário representacional. O objetivo deste artigo é argumentar que representações podem nos comprar uma dimensão explicativa adicional não disponível por outros meios e sugerir que, ao menos em alguns casos, elas podem participar da explicação de performances ou capacidades cognitivas. A noção de representação apresentada, como deixaremos claro ao longo do artigo, não viola os preceitos metodológicos mais caros à cognição 4E em geral e ao enativismo em particular, podendo, portanto, ser utilizada como uma ferramenta teórica útil em investigações sobre a natureza corporificada e situada da mente.

Co-autores

  • Felipe Carvalho

Idioma

Portuguese

DOI

A ser publicado na Lampião - Revista de Filosofia.

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